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Como Conselhos e Recursos Humanos podem trabalhar na gestão de pessoas

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Por Lavinia Junqueira

Entrevistei Alexandra Olivares, consultora de estratégia em recursos humanos e liderança, sobre como a pandemia afetou as relações humanas nas empresas. Alexandra me contou que “as empresas lidaram com situação inédita de isolamento e trabalho online que exigiu uma nova forma de relação de trabalho em que o papel da liderança em manter uma comunicação aberta, contínua, próxima e individualizada, com feedbacks constantes e mútuos e em fazer uma adaptação e flexibilização da gestão de tempo e entregas foi fundamental para manter a produtividade”. “Mapear a realidade de cada colaborador e adequar a forma e as condições de trabalho às necessidades individuais foi essencial.” Quais foram os problemas enfrentados nesse ambiente? “A falta de preparo das empresas e de algumas lideranças para a gestão remota de pessoas e manter a saúde mental foram os principais desafios na área de recursos humanos”. E as oportunidades? “O trabalho remoto bem gerido pode trazer mais qualidade de vida, redução de custos e produtividade”.

Conversamos sobre as competências necessárias para os líderes após a pandemia e a Alexandra foi categórica quanto à importância da inteligência emocional, empatia, comunicação aberta e engajadora. Questionei por que tudo isso passou a ser importante para os Conselhos das empresas e ela explicou que: “é necessário adaptar a grade de competências e treinamento de lideranças e colaboradores para garantir que todos saibam o que é esperado e estejam qualificados para dar o seu melhor. Além disso, o Comitê de Pessoas que assessora os Conselhos deve garantir que os incentivos e a forma de remuneração das lideranças e dos colaboradores esteja adaptada a essa nova forma de gestão remota que veio, em alguma medida, para ficar.”

Alexandra, uma cultura focada no impacto e no propósito que a empresa deseja imprimir no mundo em que se insere, para além de vender produtos e serviços, passou a ser importante? “Sim, as empresas com culturas mais fortes nessa linha conseguiram se adaptar melhor, também aquelas que têm a gestão de pessoas e da diversidade como pilar fundamental”. Na sua opinião, os Conselhos estão antenados à importância de rever a cultura pós pandemia? “O movimento está mais lento do que deveria estar pela relevância da cultura de impacto para engajar as pessoas ainda mais quando elas ficam mais distantes fisicamente”.

Qual é sua dica para o Comitê de Pessoas dos Conselhos, o que não pode ficar de fora da agenda de 2022-2023? “A jornada do colaborador e a marca, o propósito, da empresa como empregador”. Descreva um pouco mais o que é isso? “O que a empresa se propõe a trazer para o colaborador e o meio em que ela se insere, qual seu propósito, que deve ser transmitido, não só na contratação, mas em toda a jornada do colaborador. A imagem que ela imprime no relacionamento humano dentro da empresa gera impactos para o empregado, sua família e seu entorno e afeta, diretamente, a marca da empresa”.

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