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Como a pandemia COVID-19 mudou a cabeça das pessoas, das empresas e dos Conselhos?

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Por Lavínia Junqueira

A pandemia COVID-19 trouxe à tona algumas palavras que passaram a orientar as pessoas e as empresas, como resiliência, sustentabilidade, propósito, inovação, mundo cibernético e digital. De um dia para o outro o mundo teve que funcionar da casa das pessoas, as vendas passaram a depender mais dos meios digitais, os crimes cibernéticos passaram a ser mais frequentes, houve a necessidade de investimento em tecnologia, de reinventar a logística dos negócios. A forma de vender serviços e se comunicar com colaboradores, clientes, investidores mudou. A gestão de pessoas passou a ter novos horizontes com o trabalho remoto, exigindo novas competências pessoais e revelando preocupações quanto a motivação, comunicação, condições de trabalho, assistência social e psicológica. Surgiu grande oportunidade de crescer sem gastar com escritórios físicos.

A crise prejudicou alguns setores de atividade, alçando outros a novo patamar, como os treinamentos, comunicações e sistemas de assinaturas e negócios eletrônicos. Empresas com maior capacidade de adaptação e inovação diferenciaram-se nesse cenário adverso. Com tantas vidas desperdiçadas, muita gente pensou qual é seu real propósito, o impacto que deseja deixar no mundo. As questões ambientais e sociais, que já vinham andando nas agendas corporativas, ganharam rápido espaço nas agendas pessoais dos investidores.

O Conselho é a central de comando da empresa, deve orientar e inspirar sua cultura, sua estratégia, seu propósito e o impacto que deseja deixar no mundo. Deve zelar para que tenha boa gente, motivada, alinhada e incentivada. Deve preparar a empresa para crises, fazer com que conheça e faça gestão de riscos e oportunidades, tenha um bom canal com stakeholders e tenha a seu dispor o que é necessário para crescer. As palavras de ordem da pandemia COVID-19 passaram, portanto, a ser centrais nas agendas dos Conselhos.

Nas próximas colunas trarei dicas de como as empresas e seus Conselhos têm atuado nestes temas de transformação e ligado as lições da pandemia à estratégia cotidiana das empresas. Estamos com a melhor estratégia? Estamos integrados, coesos e preparados para nossos desafios? Atraímos gente boa e diversa? Quais são as competências chaves? Gerimos adequadamente o nosso conhecimento? Como fazer a transformação digital? Como inovar? Como crescer? Qual nosso papel nas mudanças climáticas e responsabilidade ambiental e como fazer acontecer? Qual nosso papel na responsabilidade social e como fazer acontecer? Nossa casa está organizada (governança)? Sem bolas quadradas ou bolas nas costas (processos, riscos e controles)? Sabemos identificar e como conseguiremos reagir a crises (resiliência e continuidade)? Será que estamos com o grau adequado de tecnologia e segurança de informação? Pretendo achar gente boa para comentar e falar sobre esses e outros temas de interesse das empresas e dos conselhos.

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